Nossa homenagem às equipes que concluíram a Volta à Ilha

A última edição da Regata Volta à Ilhabela – Sir Peter Blake foi uma das mais difíceis já realizadas, não por condições extremas, ao contrário, em razão dos ventos muito fracos na área de Ilhabela no último final de semana.

A maioria dos veleiros participantes, diante de condições tão adversas, decidiu retornar, abrindo mão de completar a regata.
Quatro equipes obstinadas enfrentaram a calmaria dos ventos, a correnteza nem sempre favorável, o mar mexido no lado norte, sono e frio na madrugada para completar o desafio.

E aqui a gente presta uma justa homenagem ao Phytoervas 4Z, ao Rudá Blue Seal, ao Kairós e ao valente Villegagnon, do Grêmio de Vela da Escola Naval.

“Foi uma regata muito dura. Tivemos que ter muita paciência para manter a equipe focada. A gente não tinha se preparado para ficar tanto tempo no mar.

Mas ter chegado em primeiro lugar foi uma ótima recompensa”, comenta Marcelo Belloti, comandante do Phytoervas/4Z.

O comandante do Rudá, Mário Marinez, concorda que a regata exigiu paciência das equipes:

Foi uma regata duríssima. Ventos fracos mar agitado… Tivemos de tudo, contravento, balão, trechos em que ficamos quatro a cinco horas parados… ninguém esperava uma regata tão dura, mas como não teríamos mais regatas neste domingo, decidimos continuar até finalizarmos”, relata o comandante do Rudá, Mário Martinez.

Alessandro Penido, do C30 Kairós, que fez a regata pela primeira vez, comemora o desafio cumprido:

“Ficamos todos muito felizes por completarmos este desafio. Foi minha primeira ‘volta à Ilha’, e ainda que eu já tenha participado de outras regatas longas e alguns da tripulação já tivessem corrido aqui, esta foi mais uma etapa importante para o amadurecimento e consolidação da equipe.

Foi uma disputa dura e cansativa, e muito por causa da falta de vento em várias ocasiões. Nas mais de 19 horas de regata em momento algum foi levantada a possibilidade de desistir. Foi interessante ver a disposição de todos.

Basicamente o vento estava muito fraco no norte e no sul da ilha. Lá fora tinha um swell bastante incômodo, mas felizmente, ao longo de quase todo o lado oeste da ilha havia um ventinho que muitas vezes nos permitiu manter entre 5 e 7 nós de velocidade.

Já de madrugada, entre a Ponta do Boi e o Bonete, ocasionalmente descia um vento da ilha que nos ajudou bastante. Foi acertada a decisão de seguir mais próximo da ilha naquele trecho.

Os momentos mais difíceis foram nas proximidades da Pacuíba (norte), com uma chuva fina, e no final entre a Ponta Sepituba e a chegada, com muito frio no final da madrugada e ausência total de vento durante muitas horas. Mas valeu o esforço e toda a tripulação do Kairós está de parabéns”, resume Penido.

E por fim, o único RGS a completar a regata foi o Villegagnon, do Grêmio de Vela da Escola Naval.

O comandante Douglas Batista Nunes, comenta que “nunca uma regata é igual a outra, e a volta à Ilha deste ano surpreendeu até os mais experientes.

Foi uma regata muito difícil tecnicamente, pois exigiu que as tripulações aproveitassem todos os sopros nas calmarias, cada rajada era decisiva! Além disso, manter a tripulação focada na velejada é um difícil exercício de liderança, principalmente nas longas e diversas horas de ventos tímidos.

Até às 10h20 de domingo não sabíamos se conseguiríamos chegar a tempo, já que, durante a madrugada e pela manhã, tínhamos avançado poucas milhas.

Foi quando um amigável vento sul nos alcançou, injetando ânimo na tripulação, que já estava pouco otimista, após inúmeras trocas de velas, e possibilitando nossa majestosa chegada na CR.

Completar a regata com a média de 2 nós, e chegar faltando 15 minutos para o tempo limite foi incrível”, entusiasma-se Douglas.

Vale lembrar que esta edição da Volta à Ilhabela – Sir Peter Blake,  foi também uma homenagem da Marinha do Brasil que deu início às comemorações dos 200 anos da independência.